Olá, trouxe o ar da graça, aquele que exala, até na fumaça.
Procuras teu coração, tem um repleto aqui dentro de mim.
Mas acho que é meu, é que ele escapa, e mesmo assim fica.
Ainda descobrirei teu drama, para aplacá-lo, por benesse.
Sente o cheiro, ligeiro, faz presença mesmo se saí de campo
pra quebrada, onde fico à vontade, não sei como capta.
É a vontade da palavra, aquela de verdade, íntima.
Cheguei para falar um pouco, e lançar um pouco de calor
ao fogo, acender a brasa dormente, soprar a luz na centelha...
Cheguei e cheguei inteira, derramando pela beira, transparente.
Estive pensando sobre um enredo, mas ainda é muito cedo
tenho muito o que aprender, estou aprendendo a amar.
Deixe sua Julieta deslizar a mão direita pela espinha
enquanto a esquerda apoiada no ombro, aquece a espera da troca.
Brincar de Julieta que sobreviveu e ressuscitou o Romeu
e tudo continuou, é sobreviver ao chefão, estudos adultos.
Passo o dia pensando, converso comigo, dentro do meu
abrigo sempre me encontro contigo, são muitos assuntos.
Uma coisa é muito certa, minha urgência, a morte levou,
quando me abraçou, não queira saber como é. É fria, no antes,
no durante e depois. Quando ela abraça, quer aquecer-se.
Não adianta cobertor, lã, feltro, vapor, brasa, ela quer
calor humano. Cobradora de erros, levou minha urgência...
Mas aprendi com isso, nisso minha eternidade começou,
então eu vivo outro tempo, e vivo no mundo de dentro,
quando durmo sinto um sopro no ouvido, é o ensinamento
que fala segredos profundos que vou intuindo e alimentando.
Romeu, sei que não és meu, mas doo do amor divinal, pois
te amo e não faz mal, é nutrição espiritual compartilhada.
Imagem: Poster do filme, remake de Romeu e Julieta
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