Dentre todas as línguas que sonho entender
a linguagem anímica é a que quero aprender
a que supera o símbolo, que tem letra incolor
do mandarim ao passarinho, do rio à marola
do voo da borboleta ao suspirar de uma flor.
Afinal, pego a carícia de abraço sem abraçar
e posso velejar num beijo ou até mergulhar.
Do árabe à calculadora, do verso ao sonho
da rima ao poema inteiro, invento um verbo.
Por enquanto, quando tento, sai até fumaça
da bruma até a pluma, da fumaça à fragrância
a elegância da palavra aromatizada, almíscar
com poema impregnado pelo centro, incenso
e o pressentimento da intenção ao resultado,
meu interior presente, deleite do bem amado
impregnado, do pensamento ao movimento,
do gestual à mímica, a invisível boca d'alma.
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