De nada adianta a briga de foice
se na hora do confronto, no ponto
do corpo a corpo,
as armas caem da ponte
e ficamos no meio, grudados
peito no seio, ajoelhados
exautos, caídos ao largo
para ver as mesmas espatifarem
no tombo infinito abismo abaixo.
E dali do pico da visão absurda
doamos numa entrega absoluta
a luz de quem ama onde criamos
o salvamento boca a boca em desculpa
à razão que perdeu o juízo
pois no oposto achou um abrigo
entre suspiros dos corações aflitos
faz-se ouvir a voz do silêncio
some-se o tempo, é o triunfo...
Então trocamos os passos
e o lado, cada qual no seu mundo
cheio dos infinitos segundos
repletos de dúvidas, no fundo
a cerca de quase tudo, exceto
da existência do amor por perto
e da vontade de viver tal arte
em cada lado da ponte outra foice
e no açoite, a noite domina iludida.
Imagem: Capilano Suspension Bridge, Canadá.
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