~~Amor de Mãe~~

Chora não criança,

eu te amo...

Meu amor te cobre,

sentimento nobre...

Do ocidente ao oriente,

em latitude e longitude,

te abraço na plenitude.

Amor focaliza o perfeito

entenderás direito

no momento exato,

no ato do despertar.

Santana

Tela de Assis Costa

http://assiscostaartistapotiguar.blogspot.com.br/2011_07_01_archive.html

~~Amado Eu Sou~~

Livre saiu com o Orvalho disposta
a dar um passeio pelo mundo.
Pegou sua galopante, que ela 
chama de Vida e foi cavalgar...
Na linha do horizonte.
Do horizonte pode se ver tudo.
De lá, partem todas as direções.
Ela quer subir para desfrutar
do jardim de aromas mas tem
muito o que fazer por aqui...
Pensou em passear no tempo,
assistir o Sermão da Montanha,
porém, precisa encharcar uma
nuvem de essência rara para
chuviscar sob olfatos anônimos
até assistir o despertar daqueles
que dormem em desmaio tórpido.
E continuará no seu movimento 
tranquilo, sublimemente Livre...
Ela leva Deus no coração.
É o nome do seu coração: Deus.
E como Ele está nela, enquanto
avança, pensa consigo:
Amado Eu Sou, eu te amo!
Olhou para a Vida; seria alada?
Talvez ela voe nos braços de Deus,
Livre Vida de Orvalho e Deus.
E deixa ao passar um rastro 
perfumado de luz violeta.

~~Top Secret~~

Segue anexo o meu carinho de pétala,

clique em visualizar e feche os olhos.

~~Sede~~

A água bebeu as palavras da areia

e bebeu também as pegadas,

tamanha sede.

Só não bebeu o tempo parado

pois não tinha consistência,

ficou a essência...

~~Sotaque~~

Ele chorava muito. Muito e tanto que incomodava, ele berrava. 

Perdi a concentração, parei o que estava fazendo e fui vê-lo.

Eu poderia apenas ter olhado em seus olhinhos puxados e expressado

o meu amor pelo olhar mas ele não parava de chorar, as lágrimas

impediam o real contato e a intensidade da transmissão do afeto.

Não era fome, nem sono, estava no colo de outra "tia", limpinho.

Resolvi consultar minha valise e encontrei meu livreto de latim. 

O latim oriental, mais especificamente japonês. Latim japonês.

E comecei: - Orraiô! (Bom dia) Com voz de ling-ling misturada 

à voz de mãe. Continuei: - Comer gohan? (arroz), - Sushi? 

- Com rashi? (pauzinhos para comer), cadê batchan? (vovozinha)

E já era o choro...Lá estava o riso com cabelo arrepiado e mãozinha

gorduchinha, com furinhos. Uma das coisa mais lindas deste mundo

são as mãozinhas dos bebês. Peguei-o no colo e saímos cantando 

pelo jardim da escola (que também era berçário).

         "Urashimataaaaru, um pobre pescador,

            salvou uma tartaruga..."

Falei com ele com sotaque, o som do amor, o Latim da centelha.

~~Genealogia~~

Ao alinhar o pensamento bem longe, 

no passado do antepassado distante,

afundei-me num sub solo imaginário

seguindo uma raiz profunda e gigante.

Fui muito além da última lembrança

em busca de origens hereditárias

fiquei estupefata com a constatação:

vi raízes conectadas, como mãos dadas

numa rica integração super subterrânea

entrelaçadas, quase tocavam o manto,

no pensamento, chegaram ao núcleo

e mescladas em unidade, sem espanto

vislumbrei a integração da irmandade,

a unidade da humanidade, no fundo.

~~Venha~~

Venha, quem quer que seja; errante, 

religioso, amante do conhecimento...

Não importa.

Não é de desespero, nossa caravana.

Venha, mesmo que por mil vezes tenha 

quebrado o seu voto.

Venha, venha e mais uma vez venha.

                Mevlana Jalaluddin Rumi                 

http://en.wikipedia.org/wiki/Rumi

          

~~Veludo Marinho~~

Ontem, nuvens patas de urso
cercaram a aparição da lua,
formosa, iluminou as garras
que brincavam acima de tudo.

De garras, mudaram em asas
e um anjo a louvava do alto
o claro resplandeceu o anjo
um véu de tecido estrelado.

Abaixo, uma canoa de nuvem
um barco prateado de branco,
brilhava o misterioso astro 
que no céu do oceano vagava...

O mar alto de azul infinito
reinava absoluto e bonito
as estrelas luziam orquestra
um fenômeno fluvial de festa...

Hoje um contorno dourado
desenhou um carneirinho
e no fundamento marinho
sozinha desliza o veludo...

~~Flâmula~~

Ainda vejo aquele pedaço de céu
por cima da bandeira que inventei
o símbolo da Liberdade, nova nação
o céu como inspiração, renovação.
O pano voil furta cor se desprende
e tremula, gira, vira, roda, contorna,
solta ao vento, voa o mundo inteiro,
se integra com passaros em brumas
e livre anuncia a todos os ventos
o sopro da eternidade,  Liberdade!
Amor de paz e gloria, contentamento.
Aquele que vê, busca o livramento, 
acena, chama, clama e por fim ama
e o tecido de volta, enrosca e mostra
a cor de todas as cores, leveza solta
limpa por entre nuvens,  ventila luz.

~~Abraço Meu~~

Já sentiu teu coração te abraçar?

Faça de conta que ele sou eu

e abrace um abraço teu.

~~Geléia~~

Ando assim um pouco de lado
dedicada a um novo alinhavo
numa prática de aprendizado
que me deixa livremente solta
a uma nova vestimenta íntima
que me distancia, mesmo aqui,
e me entrego em total verdade.
Mas se me pego com saudade
de um beijo que não foi dado
e que assim mesmo perfuma
o alinhavo do meu bordado,
se me pego riscando sonho
guardado para a sobremesa
num gosto de damasco solto
geléia no creme de baunilha,
brinco de faz de conta e canto
enquanto degusto a delícia...

~~Pedaço de Céu~~

Levo comigo um pedaço de céu
é antigo, longínquo...
Certa vez ele me piscou,
quando só havia em volta o cinza
e paredes desmoronadas...
Ao pendurar roupinhas no varal,
as bandeirinhas no quintal,
olhei pro alto e lá estava:
o olho azul de uma pintura
que me chamava, iluminava...
Desde então que me acompanha
seja na alegria ou no drama
é a expectativa da amplidão
o sossego, a consolação, a solução.
Levo junto um pedaço de céu
na expectativa de transcender o véu...



Imagem: Obra de Volpi

~~Energia~~

Exalo um sentimento transbordante
talvez você sinta agora, 
neste mesmo instante...
Se acaso fluir um ligeiro arrepio
não de febre, nem de frio, 
uma onda percorrendo o corpo...
Quem sabe neste exato momento
repentinamente bata um vento
e você perceba minha mão
arrumando seu cabelo 
ou lhe beijando a fronte...
Sou eu de longe, emanando amor...
Jardim cheirando mel, 
perfume de milagre, brisa da tarde
receba meu flutuar...
Uma sensação de amplitude
como se coubesse tudo, 
amor repleto, satisfação e afeto.
Sem desejo, sem tormento,
alheio ao andar do tempo
um inesgotável sentimento...
Se ouvir um pássaro com voz dobrada
sou o duo e te dou o que construo:
ponho fogo na chama que me chama,
alimento o impalpável, estou visível?
Estarei transparente? Sumi de repente?
Envio ao mundo, o mundo merece!
Amor permanente, flamejar constante,
efêmero na cor, arco-íris de garoa e sol.



Imagem: Campos de Lavanda (Provença-França)

~~Conexão Natural~~

Na ausência da conexão virtual, vivo conexões naturais.
Houve uma tarde em que pensei muito no arco-íris por ter apreciado um...
Observei cor por cor, vibrei no violeta e um pulso intenso, agradável, senti no peito.
À noite, no caminho de casa, conversando com a menina ela me disse: 
- Hoje você vai usar uma camisola lilás! Lilás não, dourada!
Achei graça, faz sentido, pensei... Sensibilidade afinada. 
Depois, numa outra noite, eu ouvi:
- Sabe, eu fico escutando o grilo e o passarinho para tentar saber o que eles falam...
Você não acha que eles querem dizer alguma coisa? O que será que eles falam?
- Eu também escuto, é mesmo um mistério o que eles contam, mas é belo, muito belo...
- Eu também acho lindo, disse ela.
- Você já viu gato com olhos de duas cores?
- Vi um ontem, ela disse tranquilamente...
A pureza é uma manifestação espontânea admirável, sou mulher e sinto-me menina, muitas vezes.

~~Amor Puro~~

A quem por acaso 

entrar aqui, eu envio

o meu amor sincero 

para que vos abençõe

e prospereis.

~~Vaso de Concha~~

Aprendi o auto-controle contigo
quando me descontrolas, pratico.
Invades o meu silêncio
enquanto ouço uma concha
e vem o som do teu mar...
Se não fosse pela flor que germina,
pérola da fantasia,
eu diria não ser possível,
mas o aroma desprende
e me rende, oceano de brotos.






Imagem: concha madrepérola

~~Intervalo da Palavra~~

Escrevíamos as palavras
pensamento e sentimento
ao mesmo tempo
e no intervalo do momento
entramos naquela pausa.

Estávamos nos extremos da praia
havia um silêncio esplêndido
roupas leves, brisa mansa
mar quieto, tudo certo
não ouvíamos nem os passos...

Fomos nos aproximando tranquilos
um caminho tão sentido
ao chegarmos bem pertinho
rodamos devagarinho
como um ensaio de dança flamenca
sem som, no pulso do batimento.

O coração fez a voz
encostamos dedo com dedo
palma com palma
e o corpo a corpo por dentro
do beijo lento, fez vento...
Suavidade e sabor.

Renovamos cada célula
cada mínimo fragmento
todo o infinito íntimo
nossos olhos lacrimejaram
os órgãos purificaram
nosso beijo acontecendo...

A luz que acendia a cena
era morna, era amena
eu te pensava meu Rei
você me pensava Serena.

E fomos ao lado inverso
cada um ao outro extremo
e no breve espaço da pausa
voltamos para as palavras
entre o segmento e o silêncio.

Penso que flutuamos
o sol era uma gema de ouro
e a praia, uma praça...

~~Escultura~~

O gosto não veio do nada
ele tem o dom do bom gosto
sabor de mel na garoa
amor que esparrama à toa
da cidade, atravessa a ponte
ou vem a nado de uma ilha
e encontra atrás do monte
o cheiro do novo horizonte
arco-íris, no frescor do dia 
tem toda a vida, o gosto atua
madeira talhada, sândalo
imaginação, segredo e sonho
gostar é criar, é como esculpir...

~~Voo~~

Chegarei até ela
ficarei etérea
subirei voando
levarei comigo
lágrima e sorriso
na comoção.

Levo o mundo inteiro
no meu coração
e você comigo
nessa comunhão
enganarei a morte
enquanto tiver sorte...

Tenho esperança
tenho confiança
uso uma aliança
no interior
tudo o que queimei
já regenerei...

Livre de verdade
guardo meus tesouros 
na eternidade
sonho muito alto
andarei no tempo
voarei no vento...

Estarás comigo
tens um raro abrigo
dentro do meu peito
o amor é desse jeito
é mais que perfeito
nele cabe o mundo
dentro do segundo...




Imagem: O pavão em voo

~~Alvoroço~~

Encontrei um chapéu de bruxa

no canteiro da praça central

trazia tesouros guardados

para o baile de carnaval.

Montei minha fantasia:

a tiara toda estrelada

e pulseira de joaninha

madrepérola na orelha

colar de Deusa no pescoço

Chanel número cinco no brinco

Alvoroço, alvoroço, alvoroço...

A bússola de Jack no bolso

água fresca no meu cantil

caleidoscópio e binóculo

para ver o zênite do Brasil

levo um camafeu pendurado

de um lado o meu bem amado 

do outro o riso das meninas

pirâmide de cristal no anel

e no pescoço chanel

Chanel número cinco no brinco

Alvoroço, alvoroço, alvoroço...

Minha homenagem às marchinhas de carnaval

~~Terraço~~

Vem aqui e lhe darei 
um beijinho na testa,
mudará a cor do seu dia, 
faremos um pouco de festa
escutaremos a voz da alegria...



Romeu e Julieta 
pintura de Ford Madox Brown,
pintor inglês

~~Pegadas~~

Vontade de andar descalça

me empresta seu chão um pouquinho

darei uns poucos passinhos

crescerão alguns brotinhos

germinarão botõezinhos

perfumarei seu cantinho

depois serei passarinho...

~~Fantasia~~

Optei pela pele de Eva
surgiu o Adão e a serpente
muito depois da maçã...

Envolvidos em calafrio
enlaçamos num abraço
Daí me vestiu de bandeira...

Cuidava da minha pureza
Cercou-me de gentileza
Ele e sua nobreza...

No alto da madrugada
senti-me de melindrosa
e dançamos a noite inteira...

Na hora da estrela d'alva
parti voando baixinho
no voo do passarinho...







Imagem: A atriz Loiuse Brooks

~~Fênix~~

Queimei todos os livros que li
e toda palavra que escrevi.
Queimei meu diploma e
a diplomacia incandescia...
Ardeu também a receita,
a bula e a filosofia.
Queimou a psicanálise,
a análise e a psicologia.
Derreti a medalha e a migalha.
Foi-se a biografia, 
foram fotografias,
o testamento e o legado.
Também as roupas e os anéis,
o profundo do superficial
e um Novo Mundo nasceu
das cinzas que eu renasci.

~~Desenho~~

Na madrugada sozinha
eu, o papel e a caneta
sorrimos para o desenho
do voo da borboleta.
Um rabisco no silêncio
do mínimo movimento
não houve sequer barulho
apenas o meu mergulho,
ao papel disse um segredo.



Obra Dançarinos de Joan Miró

~~Amor Perfeito~~

Imaginei-me por baixo de ti,
rodei, passei ao lado e acima
enquanto me contornavas...

Surgiu a cor do luar,
um foco de luz na janela
fiz o palco no espaço,
iluminada por ela.

Dancei para teus olhos nus
fiquei colorida de prata
lua pura eu na luz
da sombra que projetava...

E juntos no parapeito
dançamos o amor perfeito...

~~Ronda~~

Rondas por muitos caminhos
na busca pelos meus passos
para sentir um possível toque.

Arrisca no tato um contorno
consegues apalpar o invisível
sabor de um gosto suposto.

Guardo pro dia impossível
o revelar do sumo do beijo
na cadência da palpitação.

Ao pisarmos a areia aquecida
da espera dos nossos anseios
provaremos o que imaginamos.

Nossos tesouros perfumados
entre segundos intermináveis
serão gargalhadas ao vento.

Terá  fim a dor e o lamento
da ausência , vontade voraz
enquanto os abraços durarem.

E eu rondo nos teus sonhos.

~~Círculo de Fogo~~

Quer prosa
tanto no amor
quanto no amar
tenho no teu mar
muito pra navegar...

Sou crescente na minguante
Sou nova.
Primavera com luz de cheia.

No amor te acolho, me recolho.
Lar infinito, bendito milagre.

O amor é uma espada de luz,
escudo de ouro, casa do sol.

Perfeito viaja na história,
atravessa círculos com 
seu fogo.

O amor é ilimitado, 
transcendente,
é etéreo.

~~Libertador~~

"Não importa o que você fizer, faça-o com profunda percepção, pois então até as pequenas coisas se tornarão sagradas. Dessa forma, cozinhar ou limpar a casa serão sagrados, serão uma oração. Não importa o que você esteja fazendo, o que importa é como você está fazendo.

Você pode limpar o chão como um robô, como um dispositivo mecânico: é preciso limpar o chão, então você o limpa. Mas, se fizer isso de forma automática, estará deixando de ver algo de belo.Limpar o chão poderia ser uma grande experiência, mas você a terá perdido. O chão ficará limpo, mas algo que poderia ter acontecido dentro de você não aconteceu. Se você estivesse perceptivo, alerta, não apenas o chão mas também você teria sentido uma limpeza profunda.

Limpe o chão em estado de total percepção, iluminado pela percepção. Trabalhe ou sente-se ou ande, mas uma coisa precisa ser continuamente desenvolvida: faça com que um número cada vez maior de momentos em sua vida sejam iluminados pela percepção. Deixe que a chama da percepção brilhe em cada momento, em cada ato.

Atingir a iluminação será o efeito cumulativo disso. O efeito cumulativo, todos os momentos juntos, todas as pequenas luzes juntas tornam-se uma grande fonte de luz."

                                                                                                                                          Osho

~~Eu e Deus~~

Estou no amanhecer,
entardecer, anoitecer.
Acendo o lampião,
eu sou o fogo e a mão.
Arco-íris, sou toda cor.
Clave de sol e fá,
chave de fenda.
Chave na fechadura
giro para a abertura.
Azul turquesa, celeste, 
marinho, azul natureza.
Sol dourado, lua de prata,
estrela cadente, estrela d'alva.
Sou dhyana, estou dhyana,
eu e Deus no mundo.


A chave de Joan Brossa,
que recebi por mensagem 
da minha amada prima Salette Scarpelli 

~~Eu Sou a Ressurreição e a Vida~~

Na vida há tempo para tudo, como já foi dito.
Penso na semente e no seu desenvolvimento.
Penso nas minhas células e na ressurreição.
Vejo a semente eclodir num lindo broto.
Bebo água com a consciência da purificação.
A água banha e umedece a terra, o sol a aquece, o broto cresce.
E me lava por dentro, célula por célula, no íntimo.
Imagino a seiva no seu lento caminho dentro do caule e
vejo as primeiras folhas do broto que agora 
suspende a semente como uma bandeira.
Percebo o movimento do meu sangue e o pulsar do coração,
órgão vital. Tum tum, tum tum, tum tum...
E quando pego a fruta em minhas mãos e sinto o aroma,
o sabor, a cor, lembro-me da comunhão com a terra,
recordo a pequena semente.
Farei brotar lindos frutos e flores do meu maravilhoso 
corpo a regenerar. Luminosos como o sol.
Ando pela vida atenta, nesta estrada eu cresci e agora
renasci para sempre. Saio da roda do sofrimento.
Eu sou una com a criação e caminho com Deus.

~~Perigo~~

Ele faz um jogo 
alisa e arranha
arranha, alisa
e arranha.

É tanto mel 
que o urso, selvagem, 
o lança por terra, desabituado 
ao apreço à doçura,
desperdiça na amargura.

O que lhe é própria
é a astúcia, 
o suposto poder
de gerir as garras
como se escondesse
a artimanha...

E o que desconhece
é o que têm na colmeia
lambe, suga, consome
mas fica pequenininho
no bico de um passarinho.