O nome do meu bisavô era João Batista,
foi carteiro, entregava telegramas,
sabe-se lá porque tinha aversão a padres
e seu filho, meu avô, foi batizado às escondidas.
Sei pouco dele mas o que sei me basta.
De raízes dos tropeiros, do chão batido, do barro pisado.
Em retratos falados figura-se à semelhança de Abraham Lincoln,
como o filho e o neto, meu pai, que também era chamado João.
À eles, acendo a fogueira do meu coração.
O fogo da gratidão, do perdão, da renovação.
Que o fogo perfume com aroma de incenso raro meus genes de formação.
E que o mesmo fogo renove, através desses elos os novos que chegarão.
E estendo ao todo do mundo, meu desejo em afirmação:
Eu sou o fogo agora que envolve em aurora a aura dos recém nascidos,
em todos os lugares nos espaços amplos do nosso planeta.
Acesa está a fogueira de São João, em cada coração.
Dione Scarpelli
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