Pouse avezinha, descanse naquele rochedo...
Talvez o peixe tenha beijado o barco,
a gôndola brilhante que deslizou no céu.
Canta aqui um pouquinho, diga outro segredo...
A noite desliza ao redor da gôndola de prata
que de tão brilhante desfoca. Parece três,
espalha pirilampos sobre o breu, como pétalas.
De dia é uma lasca de hóstia... Ah céu, tão meu quanto teu.
Talvez o peixe tenha ouvido a canção,
a voz do gondoleiro, o som que faz o remo.
Conte um outro sonho, aqueça meu coração...
Assisto o barco no vento, reúno paz e saudade.
Não vivo sem sentimentos, ave de todo habitat...
Coleciono espécies de penas, por pura beleza,
imagino um colar de cocar. Aquela negra, azulou.
Tem o canto que escutei quando a lua passou.
Mar bebedor de reflexos, bebeu o eclipse total.
Ave de pouso leve, riso do meu esperar...
Dione Scarpelli
Imagem do Panoramio, de Maria Evelyna
Nenhum comentário:
Postar um comentário