sábado, 9 de março de 2013

~~Granizo~~





É bom que acompanhem meus passos, você e a sua
doce companhia, as vezes ácida, outras estática...
É bom que me observem, você e a sua 
adorável sombra, ora me guias, outras me desvias...
Assim eu também lhes guardo, você e a sua
parceria perfeita e evito que caiam no precipício...
Assim respiram de alívio nesse enrosco de convívio.
Estive frente à estátua, escultura armada do indivíduo.
Fiz pose e também escalada, alada, fiz excursão
num bolso encontrei um verso, no outro o coração.
Pequenina deslizei, do ombro aos apetrechos
depois sentei-me no banco e a nuvem choveu granizo.
Lancei uma pedra no peito da pedra, o bolso rasgou,
o coração desprendeu e na partida notei um movimento:
no desembainhar da espada rangia o som do metal,
ajoelhei-me de espanto e assombro, a estátua moveu... 
Senti a lâmina roçar meu ombro, a chuva parou.
Para falar com as pedras é preciso o olhar penetrante.




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