~~alguns pensamentos, desabafos, textos, redações, mais ou menos como sinto o mundo e o amor~~
sexta-feira, 30 de novembro de 2012
~~Nuvem Lilás~~
Livre atravessou para um raro porto
exausta descansa numa nuvem lilás
caminhou num belo cânion altíssimo
seguida por um vulto de uma deusa,
Livre vislumbrou suas vestes claras
pelas costas, marfim resplandecente;
paisagens magníficas à leste e oeste,
o infinito surgia cor de rosa intenso
e as nuvens eram floradas de rosas
variadas na coloração e no tamanho.
A calma voz a norteava e seguiram
sem busca, desfrutaram do cenário
num estado intenso de paz e graça
integradas no celestial esplendor...
Quando veio o apelo para regressar,
Livre avistou a nuvem, onde relaxa.
Agora ela se aquietou do anseio pois
encontrou o foco para seguir a meta
principal: a do amor desinteressado,
ornado por uma lagoa de essências.
Foto de Julio Furtado
domingo, 25 de novembro de 2012
~~O voo da Águia~~
Hoje ouvi a história da águia Olímpia, que entra em campo antes dos jogos da equipe Lazio no estádio Olímpico, em Roma, na Itália e dá algumas voltas no alto, ao redor do gramado antes de pousar sobre o símbolo do time ou nos braços do seu treinador. Soube que seu voo causa enorme comoção nos espectadores pela magnitude e beleza, aliadas ao amor pelo time por seus torcedores. Ouvi uma reflexão interessante sobre a proporção do voo, o limite entre o amor e o respeito pelo treinador da ave, a possibilidade do possível voo no sonho do adestrador e a expectativa do voo ilimitado. Olímpia tem o voo sob controle, tem rastreador e só fugiu uma única vez retornando uma hora depois para a tranquilidade de todos. Ela cresceu nos apegos da custódia humana e talvez não sobrevivesse sozinha se a fuga fosse efetiva. Voa o seu adestrador por suas asas, voa a águia no limite por respeito acordado pela sobrevivência. E o voo ilimitado pertence aos entregues no infindável amor divino. Sou a frágil águia a espera do efetivo voo pela liberdade entregue ao meu amado adestrador, meu Deus de bondade. Nas lições diárias formatamos as asas, arriscamos o voo e o pouso, encaramos os limites. Entrego-me ao treinador, de olhos fechados, com a mão no fogo.
sexta-feira, 23 de novembro de 2012
quinta-feira, 22 de novembro de 2012
~~Palavras Sagradas~~
Eclesiastes, 3
1. Para tudo há um tempo, para cada coisa há um momento debaixo dos céus:
2. tempo para nascer, e tempo para morrer; tempo para plantar, e tempo para arrancar o que foi plantado;
3. tempo para matar, e tempo para sarar; tempo para demolir, e tempo para construir;
4. tempo para chorar, e tempo para rir; tempo para gemer, e tempo para dançar;
5. tempo para atirar pedras, e tempo para ajuntá-las; tempo para dar abraços, e tempo para apartar-se.
6. Tempo para procurar, e tempo para perder; tempo para guardar, e tempo para jogar fora;
7. tempo para rasgar, e tempo para costurar; tempo para calar, e tempo para falar;
8. tempo para amar, e tempo para odiar; tempo para a guerra, e tempo para a paz.
9. Que proveito tira o trabalhador de sua obra?
10. Eu vi o trabalho que Deus impôs aos homens:
11. todas as coisas que Deus fez são boas, a seu tempo. Ele pôs, além disso, no seu coração a duração inteira, sem que ninguém possa compreender a obra divina de um extremo a outro.
12. Assim eu concluí que nada é melhor para o homem do que alegrar-se e procurar o bem-estar durante sua vida;
13. e que comer, beber e gozar do fruto de seu trabalho é um dom de Deus.
14. Reconheci que tudo o que Deus fez subsistirá sempre, sem que se possa ajuntar nada, nem nada suprimir. Deus procede desta maneira para ser temido.
15. Aquilo que é, já existia, e aquilo que há de ser, já existiu; Deus chama de novo o que passou.
16. Debaixo do sol, observei ainda o seguinte: a injustiça ocupa o lugar do direito, e a iniqüidade ocupa o lugar da justiça.
17. Então eu disse comigo mesmo: Deus julgará o justo e o ímpio, porque há tempo para todas as coisas e tempo para toda a obra.
18. Eu disse comigo mesmo a respeito dos homens: Deus quer prová-los e mostrar-lhes que, quanto a eles, são semelhantes aos brutos.
19. Porque o destino dos filhos dos homens e o destino dos brutos é o mesmo: um mesmo fim os espera. A morte de um é a morte do outro. A ambos foi dado o mesmo sopro, e a vantagem do homem sobre o bruto é nula, porque tudo é vaidade.
20. Todos caminham para um mesmo lugar, todos saem do pó e para o pó voltam.
21. Quem sabe se o sopro de vida dos filhos dos homens se eleva para o alto, e o sopro de vida dos brutos desce para a terra?
22. E verifiquei que nada há de melhor para o homem do que alegrar-se com o fruto de seus trabalhos. Esta é a parte que lhe toca. Pois, quem lhe dará a conhecer o que acontecerá com o volver dos anos?
Tela: Colheita de Enrico Bianco
pintor italiano
segunda-feira, 19 de novembro de 2012
~~Montanha~~
Sei que aqui descansa,
encontra o que não há no mundo.
Quando não tiver pra onde ir,
venha nutrir-se aqui, neste espaço.
Terá abrigo, o que quiser escolher:
porão, sótão, caverna, vagão,
horizonte, casaco de pele,
nuvens de colchão.
O poema é mais que cama.
Atravesse para o lado oculto,
conhece a senha, a água fresca.
Entre pela fresta estreita
e fique um pouco.
Fique a ouvir meu coração,
no meu silêncio,
no teu momento vazio.
No seio da imensidão
onde tudo se renova, estou.
O poema é montanha!
sábado, 17 de novembro de 2012
segunda-feira, 12 de novembro de 2012
~~Fácil~~
É fácil amar aquele que é fácil.
Aquele que se doa e que é cordato,
ou te recebe aos risos e abraços,
é como um presente, conviver com alguém assim.
Dádiva da vida por recompensa, só pode ser.
É fácil não estar na pele do outro, moleza.
É leve estar nutrido e sabido e debater
sobre a fome e a ignorância, é fácil.
Julgar então, somos todos competentes.
Mas, e quando aparece o mau humorado?
E quando surge aquela que só reclama?
E o que fala alto? E o fofoqueiro?
E aquele que fala pelas costas?
Te parece fácil ou viras as costas?
É muito mais fácil ir pelo caminho fácil.
Melhor ficar nas relações de troca de favores,
eu te amo porque você me ama,
eu te felicito porque você me felicita.
Uma convivência morta, aparente,
convencional, superficial, política.
Ah, o mundo é um estado de interesses!
Cumprimentar quem te cumprimenta,
Parabenizar aquele que não o esquece.
Desafio é permanecer no amor em meio
às adversidades e obter o mérito:
A delícia de vivê-lo de fato e ser grato
aos que facilitam o dom de amar, por nada.
Dione Scarpelli
Foto: O rebelde anônimo ao desafiar os tanques chineses, 1989,
nas ruas de Pequim, durante protestos contra o Partido Comunista.
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